domingo, 25 de julho de 2010

A oração do Deus filho ao Deus pai

Referência: João 17.1-26



INTRODUÇÃO


Esta é a oração mais magnífica feita aqui na terra e registrada em todas as Escrituras. Que privilégio enorme ouvir Deus, o Filho conversar com Deus, o Pai. Aqui entramos no santos dos santos. Aqui nos curvamos para auscultar os mais profundos desejos do Filho de Deus antes de caminhar para a cruz.


1.A circunstância desta oração


Jesus acabara de pregar um sermão falando do Pai aos discípulos. Agora, ele fala dos discípulos para o Pai. No ministério de Cristo, pregação e oração sempre andaram juntos. Aqueles que pregam devem também orar. Aqueles que falam de Deus para os homens, devem falar dos homens para Deus. Somente têm poder para falar aos homens aqueles que têm intimidade com Deus.


Esta oração deixa claro que Jesus foi e é o Vencedor. Ele termina o capítulo 16 encorajando seus discípulos, dizendo-lhes: “Tende bom ânimo; eu venci o mundo”.


2.O conteúdo desta oração


Jesus fez três súplicas distintas nesta oração:


a)Ele orou por si mesmo e diz ao Pai que concluiu sua obra aqui na terra (17.1-5);


b)Ele orou por seus discípulos, pedindo ao Pai que os guarde e santifique (17.6-19);


c)Ele orou por sua igreja, para que possamos ser unidos nele e para que, um dia, participemos de sua glória (17.20-26).


3.O contexto imediato desta oração


Jesus estava no prelúdio do seu sofrimento. Ele estava no cenáculo com seus discípulos. Ele já havia instituído a ceia e partido o pão. Ele já havia alertado que Judas o trairia e que os demais se dispersariam. Ele já estava mergulhando nas sombras daquela noite fatídica, onde seria preso e condenado à morte.


4.A ênfase desta oração


William McDonald, citando Marcus Rainsford fala sobre a ênfase da oração de Jesus. Jesus não disse nenhuma palavra contra seus discípulos nem fez qualquer referência à queda ou fracasso deles. Jesus foca sua oração no eterno propósito do Pai na vida dos seus discípulos e na sua relação com eles. Todas as petições de Jesus nesta oração são por bênçãos espirituais e celestiais. O Senhor não pede riquezas e honra, nem mesmo influência política no mundo para seus discípulos. O pedido de Jesus concentra-se em pedir ao Pai que os guarde do mal, que os separe do mundo, os qualifique para a missão e os traga salvos para o céu. A prosperidade da alma é a melhor prosperidade.


Podemos sintetizar a petição de Jesus em quatro áreas: salvação, segurança, santidade e unidade.


I. SALVAÇÃO (17.1-5)


1. O instrumento da salvação: A cruz de Cristo – v. 1


a)A hora tinha chegado – O nascimento, a vida e a morte de Cristo não foram acidentes, mas uma agenda traçada na eternidade. Muitas vezes Cristo disse que sua hora não tinha chegado, mas agora, a hora tinha chegado de Cristo ir para a cruz e ele vai não como um derrotado, mas como um rei caminha para o trono. É na cruz que ele cumpre o plano da redenção. É na cruz que ele esmaga a cabeça da serpente. É na cruz que ele despoja os principados e potestades. É na cruz que ele revela ao mundo o imenso amor de Deus.


b)A cruz é o instrumento de glória para o Pai – A prioridade de Jesus era a glória de Deus e sua crucificação trouxe glória ao Pai. Ela glorificou sua sabedoria, sua fidelidade, santidade e amor. Ela mostrou sua sabedoria em providenciar um plano onde ele pôde ser justo e o justificador do pecador. A cruz mostrou sua fidelidade em guardar suas promessas e sua santidade em requer o cumprimento das demandas da lei. Jesus glorificou o Pai em seus milagres (Jo 2.11; 11.40), mas o Pai foi ainda mais glorificado por meio dos sofrimentos e da morte do Filho (Jo 12.23-25; 12.31,32).


c)A cruz é o instrumento de glória para o Filho – A cruz glorificou sua compaixão, sua paciência e seu poder, em dar sua vida por nós, dispondo-se a sofrer por nós, a se fazer pecado por nós, a se fazer maldição por nós para comprar-nos com seu sangue. Cristo não foi para a cruz como uma vítima arrastada ao altar do holocausto. Ele disse: “Ninguém tira a minha vida, pelo contrário, eu espontaneamente a dou”. Paulo disse: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim”.

2. A essência da salvação – v. 2,3


a)Jesus recebeu autoridade para dar a vida eterna (v. 2) – A vida eterna é uma dádiva do Pai oferecida pelo Filho. Todo aquele que nele crê tem a vida eterna. Quem nele crê não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Não há vida eterna fora de Jesus Cristo. Só ele pode nos conduzir a Deus. Só ele é o caminho para Deus. Só ele pode nos reconciliar com Deus. Só ele é a porta do céu.


b)Conhecer o Pai, o único Deus (v. 3) – A vida eterna é mais do que um tempo interminável nos recônditos da eternidade. A vida eterna não é quantidade, mas qualidade. A vida eterna é um relacionamento íntimo e profundo com Deus, num deleite inefável do seu amor para todo o sempre. Não é apenas conhecimento teórico, mas relacionamento íntimo. A vida eterna é experimentar o esplendor, o gozo, a paz, e a santidade que caracteriza a vida de Deus.


c)Conhecer a Jesus, o enviado de Deus (v. 3) – A vida eterna é conhecer a Deus por meio de Jesus. Ele é o mediador que veio nos reconciliar com o Pai. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co 5.18). A vida eterna não é um prêmio das obras, mas uma comunhão profunda com Jesus por toda a eternidade.


3. A consumação da salvação – v. 4

a)A salvação é uma obra consumada – A salvação não é um caminho que abrimos da terra para o céu. A salvação foi uma obra que o Pai confiou ao Filho e ele veio e a terminou. Temos a salvação pela completa obediência de Jesus e pelo seu sacrifício vicário. Na cruz ele bradou: “Está consumado”. Não resta mais nada a fazer. Ele já fez tudo. Esta expressão significa três coisas: 1) Quando um pai dava uma missão ao filho e este a cumpria, dizia para o pai: “Tetélestai”; 2) Quando se pagava uma nota promissória: batia-se o carimbo: “Tetélestai”; 3) Quando se recebia a escritura de um terreno, escrevia-se na escritura: “Tetélestai”.

4.A recompensa da salvação – v. 5


a)Jesus pede para reassumir a mesma glória que tinha antes da encarnação – Cristo veio do céu, onde desfrutou de glória inefável com o Pai desde toda a eternidade. Abriu mão de sua majestade e se esvaziou e se humilhou a ponto de ser chamado apenas do Filho do carpinteiro. Mas, agora, volta para o céu e retoma seu posto de glória, de honra e de majestade.


b)Jesus pede para que sua igreja veja a mesma glória que ele terá no céu – v. 24 – Vamos compartilhar da glória de Cristo. Estaremos com ele, reinaremos com ele e o veremos face a face (1Jo 3.2). Não apenas estaremos no céu, mas estaremos em tronos. Reinaremos com ele por toda a eternidade.


II. SEGURANÇA (17.6-14)


1. A nossa segurança está fundamentada na eleição do Pai – v. 2,6,8,9,11,12,24


Sete vezes Jesus afirmou que os discípulos lhe foram dados pelo Pai. Não apenas Jesus é o presente de Deus para a igreja; a igreja é o presente do Pai para Jesus. Não fomos nós que encontramos a Deus, foi ele quem nos encontrou. Não fomos nós que o amamos a Deus, foi ele quem nos amou primeiro. Não fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. Nós fomos nós que viemos a Cristo, foi o Pai que nos trouxe a ele.


A segurança da nossa salvação não está fundamentada no nosso caráter, mas no caráter de Deus e na obra perfeita de Cristo. É ele quem nos guarda. É ele quem nos livra. É ele quem nos salva, nos conduz e nos leva para o céu.


João 6.37-40 nos fala que aqueles que o Pai dá a Jesus, esses vêm a Jesus e os que vêm a ele, de maneira ele os lançará fora.


2. A nossa segurança está baseada no cuidado de Cristo – v. 12


Jesus é o bom pastor que deu sua vida pelas ovelhas. Ele cuida da suas ovelhas e as conduz ao céu. Jesus guardou e protegeu seus discípulos e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição. Por que Jesus não guardou a Judas? Pelo simples motivo de que Judas nunca pertenceu a Cristo. Jesus guardou fielmente todos os que o Pai lhe deu, mas Judas nunca lhe foi dado pelo Pai. Judas não cria em Jesus Cristo (Jo 6.64-71); não havia sido purificado (Jo 13.11); não estava entre os escolhidos (Jo 13.18); não havia sido entregue a Cristo (Jo 18.8,9). Judas não é, de maneira alguma, um exemplo de cristão que “perdeu a salvação”. Antes, exemplifica um incrédulo que fingiu ser salvo e que, no final, foi desmascarado.


Se Jesus pôde guardar e proteger seus discípulos em seu corpo de humilhação, quando mais em seu corpo de glória. Se ele pôde guardar seus discípulos enquanto viveu na terra, quanto mais ele pode nos guardar entronizado à destra do Pai em seu trono de glória!


3. A nossa segurança está baseada na intercessão de Cristo – v. 9,11,15,20


Cristo orou pelos seus discípulos. Nas suas diversas dificuldades, Jesus intercedeu por eles. Ele orou por quando estavam passando por tempestades (Mt 14.22-33). Ele orou por Pedro quando este estava sendo peneirado pelo diabo. Agora ele ora por eles antes de ir para o Getsêmani.


Jesus fez dois pedidos fundamentais em relação aos discípulos:


1) Que eles fossem guardados do mundo (v. 14) – O mundo é um sistema que se opõe a Deus. O mundo odeia os discípulos. Eles precisam ser guardados de serem tragados pelo mundo. Demas tendo amado o mundo abandonou a fé.


2) Que eles fossem guardados do maligno (v. 15) – O mal aqui seria melhor traduzido por “maligno” como na oração do Senhor. O maligno é um inimigo real. Ele entrou em Judas e o levou pelo caminho da morte. Paulo diz que ele cega o entendimento dos incrédulos. Paulo diz que devemos ficar firmes contra as ciladas do diabo (Ef 6.11). E Pedro diz que o diabo anda ao nosso redor buscando a quem possa devorar (1Pe 5.8). Paulo diz que nós não lhe ignoramos os desígnios (2Co 2.11).


A Bíblia diz que Jesus está à destra de Deus e intercede por nós (Rm 8.34). E que podemos ter segurança de salvação, porque ele vive para interceder por nós no céu (Hb 7.25).


III. SANTIDADE (17.15-20)


A nossa entrada no céu será inteiramente pela graça e não pelas obras; mas o céu em si mesmo não seria céu para nós sem um caráter sem santidade. Nossos corações devem estar sintonizados no céu antes de nos deleitarmos nele. Somente o sangue de Cristo pode nos capacitar a entrar no céu, mas somente a santidade pode nos capacitar a regozijarmo-nos nele.


1. Somos santificados pela Palavra – v. 8,14,17


Cristo nos transmitiu a Palavra (v. 8) e nos deu a Palavra (v. 14). A Palavra de Deus é a dádiva de Deus para nós. A Palavra é de origem divina, é uma dádiva preciosa do céu. Agora, somos santificados pela Palavra (v. 17). A Palavra é a verdade e não apenas contém a Palavra (v. 17). A Palavra é o instrumento da nossa santificação (v. 17). Sem o conhecimento da Palavra não há crescimento espiritual. Dwight Moody escreveu na capa de sua Bíblia: “Este livro afastará você do pecado ou o pecado afastará você deste livro”. Jesus disse: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3).


A Palavra é a arma da vitória. Ela é a espada do Espírito. De que maneira a Palavra de Deus nos permite vencer o mundo?


Em primeiro lugar, ela nos dá alegria (17.13). A alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).


Em segundo lugar, ela nos dá a certeza do amor de Deus (17.14). O mundo nos odeia, mas o Pai nos ama. O mundo deseja tomar o lugar do amor do Pai em nossa vida (1Jo 2.15-17).


Em terceiro lugar, ela nos transmite o poder de Deus para vivermos em santidade (17.15-17).


Em quarto lugar, ela é o instrumento pelo qual Deus chama as pessoas à salvação (17.20). A igreja não cria a mensagem, ela a anuncia. Deus salva por meio da Palavra. Não é o conhecimento da igreja, não é a eloqüência do pregador nem os métodos que usamos, mas o poder da Palavra de Deus que leva o homem a Cristo.


Hoje somos chamados a geração coca-cola, a geração Internet, a geração shopping center e também a geração analfabeta da Bíblia. Quero desafiar esta igreja a ser estudiosa das Escrituras. Quero desafiar os jovens a serem estudiosos das Escrituras.


2. Somos santificados pelo correto relacionamento com o mundo


a)Não somos do mundo (v. 14,16) – Não somos do mundo. Nascemos de cima, do alto, do Espírito. Nossa origem é do alto. Devemos buscar as coisas lá do alto. Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (Jo 15.18,19).


b)Somos odiados pelo mundo (v. 14) – O mundo nos odeia porque pertencemos a Cristo. A Bíblia diz que quem se faz amigo do mundo, constitui-se em inimigo de Deus (Tg 4.4). Diz ainda que quem ama o mundo, o amor do Pai não está nele (1Jo 2.14-16). O apóstolo Paulo diz que não podemos nos conformar com este mundo (Rm 12.2).


c)Somos chamados do mundo (v. 19) – Jesus se separou para salvar os discípulos e agora devemos nos santificar para ele. A palavra santificar é separar. Essa separação não é geográfica, mas moral e espiritual.


d)Estamos no mundo, mas somos guardados do mundo (v. 11, 15) – A santidade não é isolamento. A santidade não tem a ver com a geografia e o espaço. Não é guetificar-se entre quatro paredes. Não perder o contato com as pessoas. Precisamos estar presentes no mundo como sal e luz. Precisamos influenciar, pois o somos o perfume de Cristo. Precisamos estar presentes, pois, somos a carta de Cristo lida por todos os homens. Porém, estamos no mundo como luzeiros. Estamos no mundo para apontar o rumo para Deus. O objetivo do cristianismo jamais foi de apartar o homem da vida, mas equipá-lo para enfrentá-la vitoriosamente. O cristianismo não nos oferece escapes, mas poder para o enfrentamento. Oferece não uma paz fácil, mas uma luta triunfante.


e)Somos enviados de volta ao mundo (v. 18) – Jesus nos deu uma missão e uma estratégia. Devemos ir ao mundo como Cristo veio ao mundo. Ele se tabernaculou. Ele se fez carne. Ele foi amigo dos pecadores. Ele recebeu os escorraçados. Ele abraçou os inabraçáveis. Ele tocou os leprosos. Ele se hospedou com publicanos. Sua santidade não o isolou, mas atraiu os pecadores para serem salvos.


IV. UNIDADE (17.21-26)


Quão doloroso tem sido o fato de que divisões, contendas e desavenças na igreja têm provocado escândalos diante do mundo e enfraquecido a igreja de Cristo. Não raro, muitos cristãos têm empregado suas energias contendendo uns contra os outros, em vez de lutar contra o pecado e o diabo.


A unidade de que Jesus está falando não é externa. Não é unidade de organização nem unidade denominacional. Também Jesus não está falando de ecumenismo. A idéia de unir todas as religiões, afirmando que doutrina divide, mas o amor une é uma falácia. Não há unidade fora da verdade (Ef 4.1-6).


A unidade da igreja é: sobrenatural, tangível e evangelizadora.


Os discípulos mostraram um espírito de egoísmo, competitividade e desunião. Thomas Brooks, escreveu: “A discórdia e a divisão não condizem com cristão algum. Não causa espanto os lobos importunarem as ovelhas, mas uma ovelha afligir outra é contrário à natureza e abominável”.


Quais são as razões para a igreja buscar a unidade?


1. Porque Jesus pediu isso ao Pai – v. 11,20,21,22


Jesus só tem uma igreja, um rebanho, uma noiva. A unidade da igreja é o desejo expresso de Jesus, o alvo da sua oração, a expressa vontade do Pai.


2. Por causa da nossa origem espiritual – v. 21


Se nós somos filhos de Deus e membros da sua família não podemos viver em desunião. Não há desarmonia entre o Pai e o Filho. Nunca houve tensão nem conflito entre a vontade do Pai e do Filho. Se nós nascemos de Deus, se nós nascemos do Espírito, se nós somos co-participantes da natureza divina. Se Jesus é o nosso Senhor, então, não podemos viver brigando uns com os outros. Não estamos disputando uns com os outros. Somos irmãos, filhos do mesmo Pai. Nossa origem espiritual nos compele imperativamente a buscar a unidade e não a desunião (Fp 2.1,2).


3. Por causa da nossa missão no mundo – v. 21,23


O mundo perdido não é capaz de ver Deus, mas pode ver os cristãos. Se enxergar amor e harmonia, crerá que Deus é amor. Se enxergar ódio e divisão, rejeitará a mensagem do evangelho. As igrejas que competem entre si não podem evangelizar o mundo. A unidade da igreja é a apologética final segundo Francis Schaeffer. O maior testemunho da igreja é a comunhão entre seus irmãos, é o amor que com se amam. Jesus disse que a prova definitiva do discipulado é o amor (Jo 13.34,3).


Não há evangelização eficaz sem a unidade da igreja. Não temos autoridade para pregar ao mundo para se arrepender ser estamos travando batalhas internas dentro da igreja. Alguns cristãos em lugar de serem testemunhas fiéis são advogados de acusação e juízes e, com isso, afastam os pecadores do Salvador.


Jesus falou sobre três níveis do amor: o amor ao próximo, o amor sacrificial e o amor da trindade. É esse amor trinitariano que ele pede que haja entre os crentes. Ilustração: o purê de batatas.


4. Por causa do nosso destino eterno – v. 24-26


Jesus pede ao Pai para que seus discípulos vejam sua glória e estejam no céu com ele. Se vamos estar no céu, se vamos morar juntos por toda a eternidade, como podemos afirmar que não podemos conviver uns com os outros aqui? Precisamos aprender a viver como família de Deus desde já, pois vamos passar juntos toda a eternidade.


Esta parte da oração é cheia de doçura e conforto indizível. Nós não vemos a Cristo agora. Nós lemos sobre ele, ouvimos dele, cremos nele, e descansamos nossa alma em sua obra consumada. Mas, aqui ainda andamos por fé e não por vista. Porém, em breve, estaremos no céu com Jesus, e então, essa situação vai mudar. Então, veremos a Cristo face a face. Então, vê-lo-emos como ele é. Então conheceremos como também somos conhecidos. Se já temos gozo indizível andando pela fé, quanto mais quando estivermos na glória com ele, num corpo glorificado, junto àquela gloriosa assembléia de santos. Paulo diz, “e assim estaremos para sempre com o Senhor”. E recomenda: “Consolai-vos uns aos outros com essas palavras”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Onde estão as igrejas de resgate do nosso Brasil??

Onde estão as igrejas que fazem as boas obras?? muitos acham que fazer as obras é está em um banco de igreja, participar de todos os cultos, de manhã, tarde a noite, ou entregar uma literatura e dizer Jesus te ama!! fazer as obras de Deus é muito mais que isso.

vejamos:
Por que a igreja deve fazer boas obras?


Referência: Efésios 2.8-10



INTRODUÇÃO



1) Pode um homem que é inerentemente mau produzir obras inerentemente boas? Pode o pecador realizar boas obras? A Bíblia diz que a nossa justiça é como trapo de imundícia aos olhos de Deus.

2) Pode o homem ser salvo pelas boas obras? O espiritismo diz que não há salvação fora da caridade. Logo o homem é salvo pelas obras e pelos seus próprios méritos. Daí serem tão pródigos em obras sociais: hospitais, creches, sanatórios, orfanatos.

3) O Catolicismo ensina que o homem é salvo pela fé e pelas obras. As boas obras são um complemento à obra de Cristo. O sinergismo. As obras estão em pé de igualdade com o sacrifício de Cristo na cruz.

4) Se o Catolicismo associou as obras à fé como meio de salvação, Lutero foi a outro extremo e anulou as obras como evidência da fé. Por isso, chamou a carta de Tiago de “Epístola de palha”.

5) Será que existe conflito entre Paulo e Tiago? Paulo ensinou que a salvação é pela fé independentemente das obras. Tiago ensinou que a fé sem obras é morta. Paulo se dirige aos crentes que queriam voltar à lei para serem salvos, os judaizantes. A salvação, diz ele, é pela fé e não pelas obras. Tiago se dirige aos crentes que diziam crer, mas não provavam pela vida sua fé. As obras são evidência da fé. A fé sem obras é morta. Paulo olha para a causa da salvação. Tiago para a evidência da salvação. Paulo condenou as obras como meio de salvação. Tiago condenou a fé que não gera obras. Paulo fala em fé, Tiago em obras, ambos, porém, se referem à mesma salvação: fé que produz obras e obras que provam a fé. Paulo olha para a causa da salvação, que é a fé. Tiago olha para o efeito da salvação que são as obras. Paulo não combateu as obras nem Tiago a fé.

6) Por que a igreja deve fazer boas obras?



I. PORQUE É O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS PARA NÓS



• Efésios 2.10 diz: “Porque somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

• O grande e eterno projeto de Deus para nós é que sejamos filhos ativos, operantes, dinâmicos, frutíferos, e ricos em boas obras. O mesmo Deus que trabalha por nós e em nós, agora trabalha através de nós. Somos a extensão do corpo de Cristo na terra. Somos os braços da misericórdia estendidos aos homens. Deus age no mundo revelando seu amor através de nós.



II. PORQUE É O GRANDE OBJETIVO DA NOSSA RENDENÇÃO EM CRISTO



• Tito 2.14 diz: “O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”.

• Jesus não sofreu as agruras do calvário para gerar um povo omisso, inoperante e preguiçoso; ao contrário, ele deu sua vida para aprendermos a dar a nossa vida pelos nossos irmãos. Não fomos salvos no pecado, mas do pecado. Não fomos inseridos no corpo de Cristo para sermos um membro atrofiado.



III. PORQUE É ORDENANÇA DE DEUS



a) Mateus 5.16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.

b) 1Timóteo 6.17,18: “Exorta aos ricos… que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos em repartir”.

c) Tito 2.7: “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras”.

d) Tiago 4.17: “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando”.

e) A prática das boas obras não é uma opção, mas um mandamento.



IV. PORQUE QUEM ESTÁ LIGADO À VIDEIRA VERDADEIRA PRODUZ FRUTO



• a) João 15.4-8: “Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.

• O ramo que não produz fruto é cortado. Quem está em Cristo e vive no Espírito produz o fruto do Espírito.

• Que tipo de fruto você está produzindo? “Pelos seus frutos os conhecereis. A árvore boa produz bons frutos”.



V. PORQUE É A EVIDÊNCIA DE UMA FÉ VERDADEIRA



a) Tiago 2.17,26: “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”. A fé morta não é melhor do que a fé dos demônios (2.19).

b) João Batista disse para as multidões que a evidência do arrependimento era: 1) repartir a túnica; 2) repartir comida.

c) Os moravianos no século XVIII – Encorajados por Ludwig Von Zinzendorf: ganharam almas, socorrem os necessitados, o fogo dos moravianos ultrapassou as fronteiras da Alemanha e ardeu em todos os continentes.

d) Cada 25 morávios sustentavam um missionário no mundo. Alguns se vendiam como escravos para levar a Palavra de Deus para povos distantes.

e) William e Catarina Booth – Este pastor Metodista e sua esposa foram chamados por Deus para trabalhar com os marginais em Londres, com meretrizes, bêbados, ladrões e enfermos. Pisaram nos antros mais sombrios de Londres, mas arrastaram de lá preciosas vidas. Perderam seu lugar na Igreja Metodista, mas fundaram O EXÉRCITO DA SALVAÇÃO que em muitas nações da terra, leva através dos soldados de Cristo consolo para os aflitos, pão para os famintos, roupa para os necessitados, amparo para os órfãos e viúvas, abrigo para as mães solteiras.



VI. PORQUE ALIVIA A NECESSIDADE DOS OUTROS



• Hebreus 13.1-3,16: “Não negligencieis a hospitalidade… lembrai-vos dos encarcerados… dos que sofrem maus tratos… não negligencieis a prática do bem e a mútua cooperação”.

• Jesus sempre viveu socorrendo as pessoas (At 10.38) – curando os enfermos, purificando os leprosos, levantando os paralíticos, alimentando os famintos, libertando os cativos.

• O bom samaritano – Parou, chegou perto, pensou as feridas, carregou, cuidou, pagou.

• Barnabé – Investiu nos pobres; investiu em Paulo; investiu em João Marcos.

• George Muller – Criou os orfanatos para 3 mil crianças em Bristol na Inglaterra.

• Robert Raykes – em 1780 fundou a Escola Dominical em Gloucester, para cuidar das crianças carentes, dando a elas instrução, alimento e cuidado espiritual.

• O projeto Sarça – Assiste crianças, adolescentes e famílias carentes da nossa cidade.



VII. PARA PROVAR O VERDADEIRO AMOR



a) 1João 3.16-18: “Nisto consiste o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade”.

b) Tiago 2.14-17: “…”.

c) A vida de Jesus – Jesus não viveu encastelado dentro do templo, mas nas estradas, nas montanhas, nas praias, nos desertos, nas casas, nas ruas. Estava onde estava a doente, o aflito, o necessitado.

d) James Hunter – Diz que o amor não é o que ele diz, mas o que ele faz. O que você tem feito pelo seu próximo?

e) João 13.34,35 – O amor é a apologética final. A prova final do discipulado é o amor.



VIII. PORQUE VAMOS COMPARECER DIANTE DO TRIBUNAL DE CRISTO PARA SERMOS JULGADOS SEGUNDO AS NOSSAS OBRAS



a) 2Coríntios 5.10: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo”.

b) Apocalipse 20.12: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos de pé diante do trono. Então se abriram livros… e os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros”.

c) Mateus 25.34-46 – “Vinde benditos de meu pai… Apartai-vos de mim malditos”.

d) Eclesiastes 12.14: “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”.

e) Mateus 16.27: “Porque o Filho do homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus santos anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras”.

f) Deuteronômio 16.16: “… porém, não aparecerá de mãos vazias perante o Senhor”.

g) Daniel 5 – Os homens vão ser pesados na balança de Deus e muitos serão achados em falta.

h) 1Coríntios 3.10-15 – Aqueles que construíram com palha, madeira e feno não receberão galardão. Mas aqueles que construíram sobre o fundamento com ouro, prata e pedras preciosas receberão galardão.

1) Até um copo de água fria não ficará sem recompensa;

2) Quem recebe uma criança em seu nome, recebe aquele que o enviou;

3) As nossa obras não nos levam para o céu, mas nós levamos as nossas obras para o céu (Ap 14.13).

4) Receberemos o Reino porque devemos pão, água, vestes, abrigo, e visitamos.



CONCLUSÃO



Meu irmão, você tem sido padrão dos fiéis nas boas obras? Se você não é operante, você ficará como aquele jovem que por não trabalhar ficou desanimado e foi pedir ao pastor para tirar o seu nome do rol da igreja. O pastor antes de atender o seu pedido, pediu-o para visitar uma velhinha enferma da igreja. Depois de visitá-la, servi-la, ela lhe disse: “Ó meu filho, foi Deus quem o mandou aqui”. O jovem foi ao pastor e disse: “Eu não quero mais sair da igreja. Quero mais endereços para visitar”.



Descubra o seu lugar no corpo de Cristo e trabalhe. Comece hoje mesmo. Trabalhe para Jesus. Trabalhe enquanto é dia. Lança o seu pão sobre as águas. Um dia você o achará. Lança a sua semente, pois você não sabe qual vai produzir. Seja generoso em boas obras, enquanto você tem forças e vigor!



Rev. Hernandes Dias Lopes