Por Ricardo Braz
Tenho firme
convicção de que uma das armas mais eficaz e também mais utilizada por Satanás
para enganar os cristãos atualmente é a religiosidade. “J. Preston Eby”.
Um dos textos
favoritos dos religiosos assíduos, pregadores de púlpito e até exploradores do
evangelho, e aqui faço questão de mencionar com letra minúscula, “evangelho”, é
um escrito aos Hebreus onde é citado:
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes,
façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Escritor
aos “Hebreus”.
O engraçado é que sempre
são utilizados textos fora do contexto para expressar suas vontades e desejos
de controlar os Filhos de Deus. E como Preston afirmou em seu livro, Satanás
gosta muito de utilizar a religiosidade para enganar os cristãos, tornando-os
iguais ou piores que os fariseus, bonitinhos por fora, todo arrumadinho,
pintado, brilhante, e por dentro cheio de toda sorte de podridão… Hipócritas!
Usam a Escritura assim
como Satanás a usou para distorcer o significado da vontade de Deus em relação
ao Filho, e em relação aos Cristãos, e para isso retalham, despedaçam,
invertem, não consideram o contexto histórico dos acontecimentos da Palavra
revelada… E com isso, pregam qualquer coisa, afinal, para tudo se encontra
justificativas na Bíblia, até mesmo para um Filho de Deus se lançar de um
penhasco abaixo e se suicidar, afinal existem textos também para isso (fora do
contexto, é claro).
A religião humana é a
grande contradição terrena, cada uma quer ser a correta, ou mais grave ainda,
cada uma se coloca no lugar no Filho de Deus, Jesus Cristo o Senhor, e se
considera o “Caminho” e/ou o intermediário entre Criador e criaturas. E a
ironia disso tudo é que a única Religião citada na Bíblia, e, portanto, eu me
atrevo a dizer que a única plenamente Divina e pura é:
Usar um versículo
bíblico para aprisionar as pessoas é no mínimo, um grande equívoco… Ensiná-lo
sem considerar o contexto histórico e textual é um dos desejos do inimigo de
nossas almas, Satanás. O Senhor Jesus não veio aprisionar pessoas em um
ambiente registrado em cartório, na Receita Federal, com ata de constituição e
CNPJ, não! O Senhor Jesus não veio nos amarrar ao sistema institucional
religioso imitação ao judaísmo, não! O Senhor Jesus não veio dar continuidade
ao velho modo de adoração e práticas mosaicas, não!
Não deixar a congregação
não tem nada a ver com não deixar a denominação, nada, mas, usando o texto sem
analisar a real intenção do seu uso, dar a entender isso! Congregação tem a ver
com reunião, com a forma de ajuntar-se em torno do nome de Jesus Cristo. Não é
reunir-se em torno de um líder, de uma placa, de uma religião, é reunir-se ao
nome do Senhor Jesus, somente. Os apóstolos de Cristo tinham uma maneira de
reunir-se e devemos ter muito cuidado ao analisar isso, não é chegar de
qualquer forma, com quaisquer práticas mencionadas no Antigo Testamento, e
achar que isso é um padrão deixado pelo nosso Senhor.
Quando
Jesus se encontra com a mulher samaritana, e antes mesmo de ser interrogado a
respeito do “lugar de adoração”, pois percebe na afirmação daquela mulher o que
ela iria perguntar, Ele é categórico em afirmar que o importante é a forma e
não o local, Ele diz:
…crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
…crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
Não depende de um lugar,
e sim, de uma forma correta! Que forma é essa? Em Espírito e em Verdade! Pois
Deus é Espírito, e sendo assim, é não presidiário de templos feitos por mãos
humanas, como o vento Ele sopra onde quer.
Mas, o que seria essa
adoração em Espírito e em Verdade? Que tal perguntarmos para Paulo? Paulo, o
que é adorar (cultuar) em Espírito?
Rogo-vos, pois, irmãos,
pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; e não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Então, adorar em
Espírito é oferecer a própria vida, o próprio corpo como sacrifício vivo, vivo
e não morto, constante, permanente, que se movimenta, sacrifício contínuo a
Deus, separado para Deus, agradável a Deus, isso é o culto racional, o culto
inteligente: estilo de vida transformada pelo Espírito Santo. E não vos
conformeis, não vos contenteis com este mundo e o que este mundo ensina, e o
que este mundo prega, mas, transformai-vos pela renovação da vossa mente, pela
mudança do nosso modo de pensar e agir, o nosso modo de enxergar o mundo ao
nosso redor, tudo transformado pela mente de Cristo. Culto racional não é um
momento, é um estilo de vida, entenda isso!
Mas, então o que
significa não deixar a congregação?
Significa não repetir o
erro dos fariseus que se consideravam justos por frequentarem o templo e serem
dizimistas… Significa servir a Deus em novidade de vida e não na caducidade da
letra… Significa entender que o verdadeiro templo não é de pedras e tijolos,
mas, de pedras vivas (pessoas).
Os discípulos
perseveravam no templo, sim, é verdade! Mas para quê? E até que ponto fizeram
isso? Para compartilhar o que de Cristo tinham aprendido, para ensinar as Boas
Novas da Graça, afinal, aquele era o local onde as pessoas se reuniam, onde iam
multidões. E detalhe: essas pessoas não ficavam no templo propriamente dito,
ficavam no pátio.
Quer saber até quando os
apóstolos fizeram isso? Até serem expulsos pelos fariseus, pois templo não era
lugar de ensinar o Evangelho, e sim, de ministrar o sacerdócio da Antiga
Aliança, assim como é na maioria das denominações. infelizmente!
Quem ensina que os
apóstolos perseveravam no templo, para justificar a ida, deveria ensinar também
o que vem após isso no mesmo livro de Atos! Mas, para quê hein? Isso seria
inconveniente. Quem ensina que Jesus purificou o templo derrubando as mesas dos
cambistas e chamando aquele lugar de Casa de meu Pai, deveria ensinar também o
que vem depois disso, no mesmo Evangelho de Jesus!? Você leu querido (a) o
Evangelho todo?
Você não concorda? Tudo
bem, faço minha parte em compartilhar!
As Escrituras afirmam
que chegaria um tempo em que não suportariam a sã doutrina, não suportariam os
pensamentos de Deus, a vontade de Deus, mas, ao contrário arrumariam para si
mestres conforme as suas concupiscências, conforme os seus desejos! E optariam
em ouvir aquilo que fosse agradável aos ouvidos, aquilo que é gostoso e não
aquilo que é verdadeiro, preferindo as fábulas, as mentiras.
O escrito aos Hebreus é
a carta onde mais é denunciado o legalismo cristão (inserção do judaísmo nas
práticas da Igreja), e mesmo assim é usado com outros propósitos diferentes do
original registrado em sua totalidade. Se você foi chamado a ensinar a Palavra
aos irmãos, peço-te em nome de Jesus que comece a ensiná-la como ela é, em sua
totalidade. Não queira tapar o sol com a peneira! Ensine o Evangelho do Senhor
Jesus e não aquilo que é conveniente. De nada adianta usar o dom que Deus lhe
deu para aprisionar as pessoas, pois, isso nunca foi e nunca será Evangelho.
O Evangelho de Cristo,
diferente das falácias religiosas, Liberta, não aprisiona! O Evangelho do Reino
de Deus aqui na terra deve ter como excelência o amor ao próximo e não a fala
incoerente das vozes fanáticas por qualquer coisa, menos por Jesus. Pense nas
palavras do escritor aos Hebreus, e desta vez não cito referências, apenas
livros, para incentivar os irmãos a lerem a Bíblia, ao invés de lerem porções.
Está escrito:
Nós temos um altar do
qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo (símbolo da
antigo aliança). O sumo sacerdote leva sangue de animais até o Santo dos
Santos, como oferta pelo pecado, mas os corpos dos animais são queimados fora
do acampamento.
Assim, Jesus também sofreu
fora das portas da cidade, para santificar o povo por meio do seu próprio
sangue. Portanto, saiamos até ele, fora do acampamento (fora do arraial, fora
do aprisco), suportando a desonra que ele suportou. Pois não temos aqui nenhuma
cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.
Irmãos
amados, vamos ler calmamente para entender corretamente a mensagem, o chamado
não é à rebeldia ou divisão: o chamado é retornar a simplicidade de congregar,
tanto que o próprio título é, NÃO DEIXE A CONGREGAÇÃO (reunião)!
Antes
de lançar aqui suas críticas, comentários e sugestões, por favor, leiam, ao
menos… só depois, fiquem à vontade em exortar, em corrigir, ou seja o que for –
não sou dono da verdade, apenas estou compartilhando o que tenho aprendido.
E se
por ventura você achar que há no meu coração, raiz de amargura, está totalmente
equivocado, eu não tenho ódio, raiva, inveja de ninguém… desde quando ensinar o
que Jesus ensina é ter amargura? Eu, faz tempo, decidi perdoar a todos, pois
Deus primeiro me perdoou, é o mínimo que posso fazer!
Estou
apenas tentando cumprir o meu chamado, que não é para pastorear ninguém… e sim,
para semear a semente do Evangelho…
Fiquem à vontade e que a paz de Cristo Jesus, encha a sua vida!